Observatório Cósmico: AS GUARDIÃS DO SAGRADO FEMININO

07 setembro 2025

AS GUARDIÃS DO SAGRADO FEMININO


 As Guardiãs do Sagrado Feminino 


🔥 1. As Sacerdotisas de Ísis – Antigo Egipto


Presentes em todo o império egípcio, estas mulheres eram iniciadas nas artes da cura, na astrologia, nos mistérios da sexualidade sagrada e no uso dos óleos, do som e da respiração.

Os seus rituais uniam o céu e a terra. Elas encarnavam a Deusa viva, guardiã do ciclo vida–morte–renascimento.

A sua influência declina após a conquista de Alexandria por Roma em 30 a.C., e os templos são definitivamente encerrados sob o imperador Teodósio em 391 d.C., aquando da proibição dos cultos pagãos.

📚 Fonte: Isis, la mère divine – Serge Hutin ; The Great Cosmic Mother – Monica Sjöö, Barbara Mor


🔥 2. As Vestais – Roma


Ordem de sacerdotisas virgens dedicadas ao culto de Vesta, deusa do fogo sagrado. O seu papel era essencial para a estabilidade de Roma.

Tinham poder, riqueza, autonomia, algo excecional para mulheres na Antiguidade.

Sob o Império, a sua imagem é progressivamente apropriada e depois deturpada. Após a queda de Roma e o advento do cristianismo, a ordem desaparece no século IV.

📚 Fonte: Les Vestales, vierges romaines du feu sacré – Pierre Grimal


🔥 3. As Sibilas – Grécia,

e depois Europa medieval


Profetisas, médiuns e mensageiras do invisível, as Sibilas falavam em transe.

Respeitadas e consultadas até ao século II, tornam-se, a partir da Idade Média, figuras ambivalentes: loucas, enfeitiçadas, ou até demoníacas.

Alguns frescos cristãos incluem-nas ao lado dos profetas, mas negam a sua natureza feminina sagrada.

📚 Fonte: The Sibyls – Betty Travitsky ; frescos da Capela Sistina de Miguel Ângelo (1508-1512)


🔥 4. As Druidesas e curandeiras celtas


Presentes nas sociedades gaulesas e celtas até à conquista romana (séc. I a.C.).

Eram videntes, curandeiras, guardiãs dos ciclos lunares, iniciadas nas plantas.

A Igreja apagou a sua memória desde o século IV, considerando o seu saber como pagão. A partir do século XII, tornam-se as bruxas perseguidas.

📚 Fonte: Les druides – Christian-J. Guyonvarc’h ; arquivos inquisitoriais


🔥 5. Maria Madalena e as Sacerdotisas cristãs


Nos evangelhos apócrifos (como O Evangelho de Maria, descoberto em Nag Hammadi), ela é descrita como a mais avançada espiritualmente entre os discípulos, iniciada nos mistérios de Cristo.

A partir do século VI, o papa Gregório I reduz-a a uma prostituta arrependida — inversão total do seu poder espiritual.

Essa mentira só foi parcialmente reabilitada pelo Vaticano… em 2016.

📚 Fonte: L’Évangile de Marie-Madeleine – Jean-Yves Leloup ; The Meaning of Mary Magdalene – Cynthia Bourgeault


🌹 Todas estas mulheres foram pontes vivas entre o visível e o invisível.

Curavam, transmitiam, amavam livremente, honravam o corpo, encarnavam a sabedoria.

E foram apagadas.

Não porque fossem fracas.

Mas porque eram demasiado poderosas.


Hoje, a sua memória regressa.

E cada mulher, em caminho para a sua verdade, traz dentro de si um fragmento da sua herança.


Elas dançavam descalças sobre a terra vermelha.

Curavam com plantas, canto e respiração.

Oficiavam nos templos da Deusa.

E um dia… o silêncio.


🔥 Foram sacerdotisas.

Tornaram-se bruxas.

Depois hereges.

Depois loucas.

Depois mães despedaçadas.


Carregavam o feminino sagrado no corpo.

Honravam a sexualidade como passagem divina.

Não eram perigosas.

Eram livres. 🌹


Hoje, despertam.


São terapeutas, soprosas, dançarinas, parteiras da alma.


Não esqueceram.

Apenas adormeceram.


Como reconhecer o chamamento de uma sacerdotisa esquecida?


1. Sempre foste “demasiado” ou “intensa”


2. Sentes emoções sem razão aparente


3. Tens medo de ser visível, mas sonhas em transmitir


4. Conheceste a vergonha do teu corpo ou do teu desejo


5. Tiveste a sensação de ser estrangeira neste mundo


6. És atraída pelos mistérios, rituais, pela cura


7. Sentes que algo profundo procura renascer em ti


Fonte da página: O Dom de Si

Autor do artigo: Cédric Jardel

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