As Guardiãs do Sagrado Feminino
🔥 1. As Sacerdotisas de Ísis – Antigo Egipto
Presentes em todo o império egípcio, estas mulheres eram iniciadas nas artes da cura, na astrologia, nos mistérios da sexualidade sagrada e no uso dos óleos, do som e da respiração.
Os seus rituais uniam o céu e a terra. Elas encarnavam a Deusa viva, guardiã do ciclo vida–morte–renascimento.
A sua influência declina após a conquista de Alexandria por Roma em 30 a.C., e os templos são definitivamente encerrados sob o imperador Teodósio em 391 d.C., aquando da proibição dos cultos pagãos.
📚 Fonte: Isis, la mère divine – Serge Hutin ; The Great Cosmic Mother – Monica Sjöö, Barbara Mor
🔥 2. As Vestais – Roma
Ordem de sacerdotisas virgens dedicadas ao culto de Vesta, deusa do fogo sagrado. O seu papel era essencial para a estabilidade de Roma.
Tinham poder, riqueza, autonomia, algo excecional para mulheres na Antiguidade.
Sob o Império, a sua imagem é progressivamente apropriada e depois deturpada. Após a queda de Roma e o advento do cristianismo, a ordem desaparece no século IV.
📚 Fonte: Les Vestales, vierges romaines du feu sacré – Pierre Grimal
🔥 3. As Sibilas – Grécia,
e depois Europa medieval
Profetisas, médiuns e mensageiras do invisível, as Sibilas falavam em transe.
Respeitadas e consultadas até ao século II, tornam-se, a partir da Idade Média, figuras ambivalentes: loucas, enfeitiçadas, ou até demoníacas.
Alguns frescos cristãos incluem-nas ao lado dos profetas, mas negam a sua natureza feminina sagrada.
📚 Fonte: The Sibyls – Betty Travitsky ; frescos da Capela Sistina de Miguel Ângelo (1508-1512)
🔥 4. As Druidesas e curandeiras celtas
Presentes nas sociedades gaulesas e celtas até à conquista romana (séc. I a.C.).
Eram videntes, curandeiras, guardiãs dos ciclos lunares, iniciadas nas plantas.
A Igreja apagou a sua memória desde o século IV, considerando o seu saber como pagão. A partir do século XII, tornam-se as bruxas perseguidas.
📚 Fonte: Les druides – Christian-J. Guyonvarc’h ; arquivos inquisitoriais
🔥 5. Maria Madalena e as Sacerdotisas cristãs
Nos evangelhos apócrifos (como O Evangelho de Maria, descoberto em Nag Hammadi), ela é descrita como a mais avançada espiritualmente entre os discípulos, iniciada nos mistérios de Cristo.
A partir do século VI, o papa Gregório I reduz-a a uma prostituta arrependida — inversão total do seu poder espiritual.
Essa mentira só foi parcialmente reabilitada pelo Vaticano… em 2016.
📚 Fonte: L’Évangile de Marie-Madeleine – Jean-Yves Leloup ; The Meaning of Mary Magdalene – Cynthia Bourgeault
🌹 Todas estas mulheres foram pontes vivas entre o visível e o invisível.
Curavam, transmitiam, amavam livremente, honravam o corpo, encarnavam a sabedoria.
E foram apagadas.
Não porque fossem fracas.
Mas porque eram demasiado poderosas.
Hoje, a sua memória regressa.
E cada mulher, em caminho para a sua verdade, traz dentro de si um fragmento da sua herança.
Elas dançavam descalças sobre a terra vermelha.
Curavam com plantas, canto e respiração.
Oficiavam nos templos da Deusa.
E um dia… o silêncio.
🔥 Foram sacerdotisas.
Tornaram-se bruxas.
Depois hereges.
Depois loucas.
Depois mães despedaçadas.
Carregavam o feminino sagrado no corpo.
Honravam a sexualidade como passagem divina.
Não eram perigosas.
Eram livres. 🌹
Hoje, despertam.
São terapeutas, soprosas, dançarinas, parteiras da alma.
Não esqueceram.
Apenas adormeceram.
Como reconhecer o chamamento de uma sacerdotisa esquecida?
1. Sempre foste “demasiado” ou “intensa”
2. Sentes emoções sem razão aparente
3. Tens medo de ser visível, mas sonhas em transmitir
4. Conheceste a vergonha do teu corpo ou do teu desejo
5. Tiveste a sensação de ser estrangeira neste mundo
6. És atraída pelos mistérios, rituais, pela cura
7. Sentes que algo profundo procura renascer em ti
Fonte da página: O Dom de Si
Autor do artigo: Cédric Jardel
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