28 março 2010
O caso Isabella Nardoni sob o prisma espiritual.
Porque pais matam filhos.
Vingança, ódio, desespero, inveja ou ciúme, são doenças claramente ajustáveis à patologia da mente? Nossos irmãos delinqüentes devem ser considerados enfermos da alma? A eles devemos solicitar segregação para tratamento e reeducação ou censura e castigo?
O desencarne imensamente trágico de Isabella, vem nos mostrar as provações a que são submetidos os espíritos e os encarnados para seguir suas metas em prol da verdadeira evolução. Esta passagem serve de imensa "provação" ou "expiação" para os pais, os avós e todos os familiares, até mesmo para ela própria (pode ter sido um "resgate" pelo qual necessitava passar). O véu de esquecimento no processo reencarnatório é uma fórmula sábia estabelecida por DEUS para que possamos ter uma existência mais tranqüila, sem ficarmos atormentados pelas más ações que porventura tenhamos cometido na nossa vida anterior. Portanto, o esquecimento temporário é uma necessidade.
Nos ensinou Jesus: "Tudo o que vós plantardes vós havereis de colher!" TUDO que pensamos, TUDO que desejamos, TUDO que falamos e TUDO que fizermos, é automaticamente e instantaneamente "gravado" e "arquivado" no nosso "perispírito". No Universo nada ocorre injustamente, a justiça não é falha, não a “justiça dos homens”, mas a verdadeira justiça, que é a Justiça Divina...
Se considerarmos tais atos como reações de um corpo enfermo, tratamos neste contexto de várias psicoses compulsivas que variam desde transtornos de personalidades até verdadeiros estados psicológicos depressivos que levam o espírito encarnado a um estado que chega a definhar seus corpos materiais.
A mais importante das patologias, neste caso, seria o Ciúme, que pode ser tratado como uma verdadeira patologia, aparecendo com sintoma de diversos quadros, desde os transtornos de personalidade até as doenças francas. Enquanto o ciúme normal é transitório, baseado em fatos reais, o ciúme patológico é uma preocupação infundada, absurda e emancipada dos fatos. O ciúme doentio promove várias emoções, como a ansiedade, depressão, raiva, vergonha, insegurança, humilhação, perplexidade, culpa, aumento do desejo sexual e “desejo de vingança”. Esse sentimento torna o portador um vulcão emocional, sempre prestes à erupção e apresenta um modo distorcido de vivenciar o amor, para ele o amor nada mais é que um sentimento depreciativo e doentio, são pessoas extremamente sensíveis, vulneráveis e muito desconfiadas, portadores de auto-estima rebaixada, tendo como defesa um comportamento impulsivo, egoísta e agressivo. O potencial para atitudes violentas é destacado nestas pessoas e se torna o principal fator motivador dos índices de homicídios nos dias de hoje.
Sob a visão espírita, a alma enferma é orgulhosa, infeliz e árida de generosidade; invigilante, aceita a violência como solução de problemas que somente a fé em Deus, associada à compreensão e à paciência, consegue solucionar.
Sem a verdadeira fé, que lhe proporcionaria refrigério para o coração e lucidez para a mente, abrem-se todos canais aos pensamentos de revolta, gerando correntes vibracionais de sentimentos negativos agressivos.
Com a mente em desalinho, atrai para si mesmo outras mentes afins, desencadeando complexos processos obsessivos. A princípio como simples sugestões, que ela confunde com seus próprios pensamentos; com a continuação, as proteções vibratórias enfraquecidas pela ação conjunta do sentimento negativo e a ação persistente de verdugos espirituais, favorece que se estabeleça o domínio total em ações do mal.
Neste estágio o seu livre arbítrio já se encontra comprometido e guiado por mãos poderosas ela executa as ações criminosas, da quais, inconscientemente, se torna a maior vítima.
A base de tudo gira em torno na lei de causa e efeito; o ciumento de hoje pode ser interpretado como o traído de ontem, que não conseguindo superar o trauma vive atormentado pelo medo de ser traído novamente.
É importante não esquecermos, que a tragédia passional é fruto de um processo: não se desencadeia de uma hora para outra. Normalmente, a relação há tempo vem sob um clima de conflitos e desrespeito embasado em princípios de educação e moral.
Estabelecido o clima desarmonioso, com o passar do tempo a situação torna-se insuportável. Complicada ainda mais pelas vicissitudes da vida, o desgaste psicofísico é inevitável, e com ele a instalação de estados depressivos e obsessões, que então impulsionam a coragem para execução de qualquer ato maléfico.
O momento do desencarne, como do nascimento, é muito importante para todos nós, pois é nesta fase que se iniciam os laços que ligarão o espírito ao corpo material que este habitará e conseqüentemente sua nova família em mais esta etapa de sua vida eterna. A finalidade de nossas constantes presenças nos círculos carnais é, sem dúvida, sublimar todos os nobres sentimentos a este espírito que novamente segue em busca da plenitude, transformando-os, lenta e gradualmente, em atos do mais verdadeiro, puro e incondicional amor, o que se traduz, em última análise, por reforma íntima através das atitudes diárias.
A atitude criminosa é o remate de uma existência na qual o espírito reencarnante não aceita disciplinas para seus sentimentos. Vai satisfazendo seus instintos mais primitivos, despreocupado do sofrimento e dor que espalha à sua volta.
Não valoriza o lar que lhe dá a possibilidade de recomeço; nenhuma utilidade dá ao conhecimento adquirido nos estudos universitários; ao constituir a própria família, não se sente obrigado a respeitar seus integrantes. Cria o hábito de só atender os próprios desejos. O remorso é o fator renovador dessa alma ao compreender que não possui "poderes" sobre a vida e o destino de outro espírito, frente a Deus, frente aos homens...
A importância da família na formação da personalidade do ser é de suma importância, pois sobre ela exerce a lei reencarnacionista, lei de justiça, a revelar-se nas menores particularidades da existência, como uma longa série de causas e efeitos, explicando a existência do ser, do destino e da dor.
Citamos a colocação de Emmanuel que nos diz: “O colégio familiar tem suas origens sagradas nas esferas espirituais. Em seus laços reúnem-se todos aqueles que se comprometeram, no Além, a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de fraternidade real e definitiva”.
Visto fica que, é no seio da família onde o espírito quando decide voltar a reencarnar, restabelece novamente contato com espíritos aos quais têm afinidade, ou com aqueles que nos devotam antipatia marcante, ódio doloroso, todos vinculados à sábia lei da causa e do efeito, competindo agora, aos pais, transformarem estes sentimentos controvertidos, estas personalidades deformadas, em novas energias, estabelecendo, para todos, amplo exemplo do amor, onde o lar e a família se tornam a fonte permanente de amor e caridade diante aos exemplos de Jesus.
Quando não temos a condição de amar e não damos a condição de sermos amados, geramos ao nosso derredor graves distúrbios de ordem emocional que atingirão, profundamente, os que nos cercam.
A família deve ser a estrutura sólida de todo espírito, deve corresponder a seus anseios, com demonstrações de carinho, respeito, diálogo franco, ensinamentos morais, disciplinas e ordem.
Joanna de Angelis nos diz que: “A família é o fulcro da maior importância para a formação do Homem”. Emmanuel esclarece: “Em família, temos aqueles que permanecem conosco para o nosso amor e aqueles que se demoram conosco para a nossa dor”.
Se as almas, que vão viver unidas, vivem plenamente em espírito, ressarcidos pelo amor que os gerou, e transformando em centelha de luz eterna, em busca da luz maior universal de Deus, então poderemos ter pessoas humanas e conscientes de suas missões nesta vida.
Traz o conceito de Família Universal, que supõe convívio fraterno entre todos os Espíritos, encarnados e desencarnados, numa cooperação mútua objetivando o progresso conjunto dos seres e das coisas, onde os erros de passado se resolvam não mais contra o indivíduo, mas a seu favor e por ele mesmo.
O amor é o alívio para todo e qualquer tipo de dor. Ele vivido, sentido em plenitude, imuniza, cria barreiras intransponíveis contra as causas e os efeitos da raiva.
Com a percepção de que "Há no homem alguma coisa a mais, além das necessidades físicas" seria ideal a vivência do amor verdadeiro, compreender os problemas existenciais, os valores reais da vida, os motivos de sofrimentos e as soluções para libertar-se deles.
Diante a fé, a prece; o passe e a reflexão elevada, juntos evoluímos aliando a transformação íntima na superação das dificuldades e a harmonia geral, para a construção de uma nação integra diante aos olhos de Deus.
Assim não mais existirão a vontade de matar, de morrer ou de ser morto; porque quem ama, defende a vida, e somente vivendo pode amar em plenitude.
Por fim, cabe uma frase de um Ser de Andrômeda: "O amor que você nega é a dor que você carrega".
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Parabéns pelo texto raro e amoroso, num momento que a "Unanimidade Burra" (sempre comentada por Néson Rodrigues) comemora a "vingança" em cadeia nacional.
ResponderExcluirUm grande abraço!
Anthonio Magalhães
Com todo o respeito,e com a devida vénia, repito as palavras de Anthonio Magalhães __"Parabéns pelo texto raro e moroso...".Afinal tudo nada mais é que um processo de cura, e que desta escuridão consigamos enxergar a Luz da transformação.
ResponderExcluirUm abraço de gratidão pelas suas palavras tão cheias de LUZ!
Paz para TODOS!