Observatório Cósmico

11 janeiro 2011

Nunca fui santo.


Rafael Jacobsen


Conversar com pessoas elevadas espiritualmente costuma ser tarefa difícil, principalmente quando o tópico resvala para a questão que se poderia denominar “compaixão pelos animais”. Sempre, nessas ocasiões, acabo me vendo obrigado a revelar o meu vegetarianismo. Na maioria das vezes, o espiritualizado interlocutor responde, com sua voz calma, cheia de paz: “Sim, você está certo; é uma pena que eu ainda não tenha atingido esse estágio de evolução.” 
E não, em 97% das vezes, não se trata de uma ironia: a outra pessoa, de fato, crê que, para se tornar vegetariano, o sujeito precisa estar nos mais altos degraus de uma espécie de hipotético “ranking de santidade”.
Esse tipo de consideração me desconcerta profundamente. Eu nunca fui santo. Minha índole é assídua freqüentadora da lista canônica dos sete pecados capitais (com destaque para gula, cobiça e luxúria). Já roubei pirulito de criança, xinguei a mãe do juiz, estacionei em lugar proibido. Jamais aspirei ao Paraíso ou ao Nirvana (ou como queiram chamar). Jamais atingi o Samadhi e não me sinto nem um pouco frustrado por conta disso. Meditações, para mim, é nome de um livro do filósofo e imperador romano Marco Aurélio, obra cujo efeito soporífero muitas vezes me foi benéfico ao final de dias de trabalho e estresse regados a café preto. Meus chakras devem estar mais desalinhados do que trilha de tatu bêbado. Zen? Ioga? Tai Chi Chuan? Yin e Yang? Sai de mim!Um episódio ilustra bem o que digo. Certa vez, fui a um restaurante de comida oriental ovolactovegetariana. Coube a mim a tarefa de “inspecionar” o bufê e “interrogar” a simpática família taiwanesa proprietária do estabelecimento a fim de descobrir quais pratos eram isentos de produtos de origem animal. Percebendo minha insistência em saber detalhes sobre os ingredientes de todas as preparações, um cliente do restaurante aproximou-se de mim e falou: “Com licença. Estava aqui ouvindo as perguntas que você fazia ao moço do restaurante e percebi que você não come queijo, é isso?”. “Sim”, eu respondi. O outro comensal prosseguiu, curiosíssimo: “Mas por quê? É uma questão de paladar ou é algo mais… mais, digamos, filosófico?”. Sorri e, já começando a me servir, respondi: “É algo mais filosófico, sim.”

Então, o meu interlocutor arrematou, cheio de sabedoria: “Mas você sabia que Jesus comia peixe? E que os monges budistas comem carne?”. A minha resposta arrancou uma expressão de espanto do sujeito: “Mas eu não sou cristão e nem budista.” Minha vontade era dar uma resposta bem menos espiritualizada, bem mais mal-criada, do tipo: “Estou pouco me lixando para o que Jesus ou o Dalai Lama comem ou deixam de comer. A dieta deles me interessa tanto quanto a de Napoleão, a de Grouxo Marx ou a de minha vizinha dançarina de rumba.” Mas eu não fiz isso. Em um raro momento de iluminação em minha vida, respondi com cortesia e simplicidade.
A historieta exemplifica uma postura comum a muitas pessoas: a dificuldade em raciocinar por si e adotar posturas corretas e coerentes de modo independente. Em vez disso, precisam copiar modelitos prontos em suas mais diversas atitudes. Se o homem caminhou sobre águas, curou leprosos e foi crucificado, é alguém a ser imitado em tudo. Se o indivíduo prega paz e amor, medita várias horas por dia e vive em um mosteiro tibetano , deve ser também digno de cópia. Para muitos, pode ter lógica; para mim, cheira a postura acrítica. E, aliás, cheira mal. Nada tenho contra Jesus ou o Lama, mas também não tenho nada a favor.
Apenas penso que a autonomia de pensamento é primordial para a construção de um mundo mais ético e compassivo, pois é o que nos move a questionar antigos dogmas, revisar velhos hábitos. Como diria um certo filósofo: “Apenas os pensamentos próprios são verdadeiros e têm vida, pois somente eles são entendidos de modo autêntico e completo. Pensamentos alheios são como as sobras da refeição de outra pessoa, ou como as roupas deixadas por um hóspede na casa.”
A insistência de muitos em associar vegetarianismo e santidade já me fez pensar, mais de uma vez, em encaminhar meu processo de canonização ao Vaticano, diretamente aos cuidados do Joseph Ratzinger, mais conhecido como Bento XVI, aquele comedor de vitela safadinho. Não, não vou esperar minha morte e, se o povo estiver certo, tenho grandes chances de ser o primeiro sujeito canonizado em vida.
Porém, ainda reluto. Teimo em achar que não aprisionar, torturar e matar animais para depois comê-los não tem nada a ver com santidade. Nem mesmo é um ato movido por boas intenções. Longe de mim tais virtudes. Trata-se, a rigor, de um pré-requisito de mínima decência. Não faço mais do que a minha obrigação. Posso ter muitos defeitos, mas explorar animais passa dos limites, mesmo para um devasso feito eu. Vade retro, churrascada!

03 janeiro 2011

Saint Germain: Mensagem de Ano Novo.


Bem-vindos ao ano de 2011, o ano das mudanças de que tem sido alertados desde 1970. Estão prontos? Estão Despertos? Podemos contar com vocês para sustentar a luz quando as coisas ficarem difíceis?
Muitos foram chamados, e muitos se ofereceram para vir, para viver a próxima mudança de consciência pela qual o homem deve passar para criar uma Nova Terra.
Alguns esqueceram o destino que escolheram, mas muitos atravessaram uma consciência muito densa para encontrarem a sua própria verdade. As práticas para levá-los ao reino interior tem sido boas, e agora, esse mundo se tornará seu mundo exterior.
A grande mudança está prestes a começar, e nenhuma mudança é ruim. Deem as boas-vindas a ela, e sejam gratos por tudo o que estiver disponível para levar embora a doença que tem contraído a Mãe Terra. O fracasso no cuidado com as necessidades dela deve terminar, e uma nova abordagem, de honra e respeito, deve ser conduzida por todos.


Façam deste o ano do Despertar. Deixem de lado tudo que for vago, e encontrem a verdade sobre tudo que tem sido ensinado por seres não iluminados. Nada disso possui verdade alguma. Somente um ser Desperto tem clareza sobre o que é verdade e o que inclui ilusão mental.
Muita especulação tem sido feita sobre como essas mudanças podem ser feitas, e podemos dizer-lhes o seguinte: seu mundo estará completamente alterado no dia seguinte à próxima celebração de Ano Novo. Mais um ano de mudança se apresenta.
Vinte milhões podem ascender se estiverem prontos. Apenas cerca de cinco milhões estão prontos neste momento (Anthonio: lembrando que somos quase 8 bilhões de almas encarnadas na Terra atualmente). Como todos os outros podem chegar ao seu destino escolhido? Meditando, cancelando a negatividade, e pedindo ajuda para transcender o ego. Uma vez que essa ajuda é solicitada, podemos trazer os movimentos de sonho necessários para mais consciência.


Meditação não é sono leve, e sonhos são apenas mais do drama mental. Despertar o Mestre interior requer consciência respiratória durante a meditação, para que a mente possa silenciar, ou ser observada como um objeto. Tudo que a mente traz à consciência é falso. Somente a ausência da mente pode prover acesso à verdade, mas a consciência também deve estar presente. A consciência é a percepção do EU SOU que permanece quando a mente silencia. Essa consciência é a verdade de quem vocês são!
Meditem e apaguem todas as contrações causadas por perturbações mentais e emocionais. Essas são as ferramentas que a mente pode usar para leva-los a um Despertar. Todo o resto é o controle sobre o Mestre interior.
Se tiverem medo do futuro, silenciem sobre isso com respiração profunda, sempre que o sentimento de medo emergir. O medo não é a reação à mudança que possui algum valor positivo. Curar a causa desse medo é congruente com a meta do Despertar. Parem, concentrem sua consciência na causa e perguntem ao Mestre interior para ajuda-los a liberar o medo. Mestria é destemor. Seu Mestre interior tem todas as respostas que precisam. Deem início a esse relacionamento!


Deem as boas vindas à mudança. Recepcionem o “novo e diferente”. Saúdem cada dia como a experiência mais maravilhosa. Prestem atenção em seus pensamentos como um observador dos mesmos, não como criador deles.Vocês não são seus pensamentos!
Nem eles são mais conscientes do que o Mestre interior!
A mudança é inevitável. A forma que ela parece pode ser difícil de vivenciar, mas é tudo pelo bem da humanidade e da Mãe Terra. Muitos dias de escuridão podem resultar. Tenham velas para fazer as atividades necessárias. Computadores podem ficar inativos. Acostumem-se a não poderem utiliza-los. O uso de telefones celulares pode ser desconectado. Entrem em contato com os que vivem nas proximidades. Deem toda a assistência que puderem. Precisam de assistência?
Peçam para contribuir com a necessidade do outro. À medida que derem, receberão.
Quando vocês sonham: estão revisando outras vidas que acontecem conforme as observam. As vidas na verdade não são lineares.Tudo acontece AGORA. Uma alma vive todas as suas “vidas” ao mesmo tempo, elas apenas parecem estar no tempo linear para permitir que o homem as aceite. Na verdade nada existe no tempo, esta é apenas a conclusão da mente.


O que o Mestre interior faz quando uma mente ativa sempre guia o corpo? Nada. Ele espera. Espera a mente começar a procurar pela Verdade. Quando isso ocorre, há grande empolgação nas outras dimensões, pois o chamado divino vem para todos.
Quando o chamado veio a vocês, vocês concordaram imediatamente em ir para dentro para se tornarem mais conscientes? Esses chamados são sempre respondidos dessa forma? Não, mas nós continuaremos chamando enquanto houver mais um para Despertar.
Abram-se à luz interna de seus próprios corações, e permitam que se tornem completamente radiantes, assim podem tocar outros corações. Isso pode tomar um pouco do seu tempo, portanto quanto mais cedo começarem, melhor. Nosso reino está esperando todas as luzes estarem brilhando, pois elas vão iluminar as dimensões entre nós.

EU SOU AQUILO QUE SOU
Mestre Ascensionado Saint Germain

Canalizado por Aruna em 02.01.2011.
Traduzido por David Marinhohttp://traduzindoluz.blogspot.com