01 agosto 2017

Jabuticaba. A pequena grande fruta.

A jabuticaba contém teores espantosos de antocianinas, substancias protetoras do coração como as encontradas na uva.



A
fruta foi pesquisada na Unicamp com o objetivo de encontrar na natureza pigmentos capazes de substituir os corantes artificiais usados na indústria alimentícia. O que tingiria a sua casca? 

Foram encontradas enormes porções de antocianinas, pigmentos presentes nas uvas escuras e, conseqüentemente, no vinho tinto, apontados como grandes benfeitores das artérias. 

Os números abaixo representam a quantidade de miligramas das benditas antocianinas por grama da fruta.
* jabuticaba: 314
* amora: 290
* uva: 227.


As antocianinas têm uma potente ação antioxidante. Ou seja, uma vez em circulação, ajudam a varrer as moléculas instáveis de radicais livres. Esse efeito, observado em tubos de ensaio, dá uma pista para se compreender porque a incidência de tumores e problemas cardíacos é menor entre consumidores de alimentos ricos no pigmento.

Ultimamente surgem estudos apontando uma nova ligação: estas mesmas substâncias antioxidantes também auxiliariam a estabilizar o açúcar no sangue dos diabéticos.
Se a maior concentração de antocianinas está na casca, a saída, sugerida pelos especialistas, é batê-la no preparo de sucos ou usá-la em geléias. A boa notícia é que altas temperaturas não degradam suas substâncias benéficas.


Os sucos, particularmente, rendem experiências bem coloridas. A nutricionista Solange Brazaca, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, interior paulista, dá lições que parecem saídas da alquimia. Misturar a jabuticaba com o abacaxi resulta numa bebida azulada ensina. Já algumas gotas de limão deixam o suco avermelhado. As variações ocorrem devido a diferenças de Ph e pela união de pigmentos ácidos.

Mas vale lembrar a velha máxima saudável: bateu, tomou! Luz e oxigênio reagem com as moléculas protetoras. Não é só a saúde que sai perdendo: o líquido fica com cor e sabor alterados.

Aliás, no caso da jabuticaba, há outro complicador. Delicada, a fruta se modifica assim que é arrancada da árvore. "Como tem muito açúcar, a fermentação acontece no mesmo dia da colheita", conta a engenheira agrônoma Sarita Leonel, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. A dica é guardá-la em saco plástico e na geladeira.

O branco da jabuticaba tem seu valor!
A bioquímica Edna Amante, do laboratório de frutas e hortaliças da Universidade Federal de Santa Catarina, destaca alguns nutrientes da parte branca e mais consumida da jabuticaba.

"É na polpa que a gente encontra ferro, fósforo, vitamina C e boas doses de niacina, uma vitamina do complexo B que facilita a digestão e ainda nos ajuda a eliminar toxinas".

Não só nessa polpa, mas também na casca escura encontramos teores de pectina. Essa fibra tem sido muito indicada para derrubar os níveis de colesterol, entre outras coisas. A pectina, portanto, faz uma excelente dobradinha com as antocianinas no fruto da jabuticabeira.

A jabuticabeira nativa do Brasil costuma medir entre 6 e 9 metros e é conhecida desde o período do descobrimento. A espécie é encontrada de norte a sul, desde o Pará até o Rio Grande do Sul. A palavra jabuticaba é tupi e quer dizer 'fruto em botão'.




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